Santos voltou a chamar atenção da imprensa internacional. O Parque Palafitas, projeto pioneiro de urbanização sem remoção da comunidade, foi destaque de uma reportagem especial da emissora France 24, que abordou o enfrentamento às mudanças climáticas no Brasil. Intitulada “Aquecimento global e elevação do nível do mar no Brasil: litoral corroído pela erosão”, a matéria foi produzida na França e transmitida para países da África, Oriente Médio e Europa.

O conteúdo compara dois cenários distintos: o de Santos, onde está em andamento uma proposta urbana inclusiva e resiliente, e o de Atafona, distrito do município de São João da Barra (RJ), que sofre com o avanço do mar e erosão costeira, comprometendo edificações inteiras.

Jornalista francesa visitou locais estratégicos em Santos

A reportagem foi conduzida pela jornalista Louise Raulais, correspondente da France 24 no Brasil há mais de seis anos. Há cerca de um mês, Raulais esteve em Santos para acompanhar de perto as ações locais voltadas à mitigação dos efeitos do aquecimento global e à proteção das comunidades mais vulneráveis.

Na Ponta da Praia, a jornalista conheceu os geobags, barreiras submersas instaladas com o objetivo de reduzir a força das ondas e conter a erosão costeira. Em seguida, seguiu para a Vila Gilda, no bairro Bom Retiro, Zona Noroeste, onde conversou com representantes da comunidade local, que será diretamente beneficiada pelas obras do Parque Palafitas.

Projeto urbanístico é referência por não remover famílias

Durante a visita, a jornalista também acompanhou uma vistoria técnica nas obras do projeto e entrevistou o prefeito Rogério Santos, o secretário de Meio Ambiente, Glaucus Farinello, e outros técnicos da Prefeitura, que apresentaram detalhes do plano de urbanização inédito no Brasil.

O diferencial do Parque Palafitas está justamente na abordagem humanizada e sustentável: o projeto prevê a urbanização da área sem a remoção dos moradores, respeitando o direito à moradia e promovendo qualidade de vida, saneamento e infraestrutura, mesmo em regiões tradicionalmente vulneráveis.