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Zona Noroeste de Santos comemora 48 anos com programação gratuita

No último domingo (25), a Zona Noroeste (ZNO) de Santos completou 48 anos. Uma programação especial e gratuita foi preparada para comemorar a data de aniversário da região, que conta com mais de 79 mil moradores, e vem sendo contemplada com uma série de investimentos e transformações em diversos setores.

No sábado (31), a partir das 9h, acontece na Passarela do Samba Dráuzio da Cruz (Av. Afonso Schmidt, Castelo) o tradicional desfile Cívico-Militar, evento que também integra a Semana da Pátria. 

No sábado (31) e domingo (1º), os empreendedores da área também terão um espaço para mostrar seus trabalhos, a partir das 13h, na Feira dos Empreendedores da Zona Noroeste, que terá cerca de 60 expositores e área de alimentação, no Sambódromo. 

No mesmo local, no dia 1º, os festejos de aniversário serão encerrados com o Baile da Zona Noroeste, tradicional evento de dança voltado ao público 60+, a partir das 18h.

Moradores destacam avanços

A ZNO é a casa de diversos empreendimentos até mesmo mais velhos que a própria região. Isso acontece porque antes mesmo de ser nominada de forma oficial, em 1976, a população já havia formado as ruas e bairros por conta própria.

Esse é o caso do Supermercado Barros, um empreendimento familiar de 50 anos que se estabeleceu e se mantém firme na região. O dono, Alexandre Barros, já é a segunda geração tocando o mercado localizado na Avenida Vereador Álvaro Guimarães, recentemente reformada.

“Eu vi esta avenida sofrer diversas mudanças, desde quando tinha esgoto à céu aberto até essa última reforma, que ficou ótima. Tem mais espaço para o pedestre circular, a rua está bonita e, de certa forma, centraliza o comércio da região aqui, além de valorizar os empreendimentos”, afirma Alexandre.

Outra melhoria apontada pelo comerciante é a redução das enchentes. “No passado, já tivemos episódios de enchentes que invadiram o mercado, uma tragédia, mas, desde a reforma, ainda não houve nenhum episódio de enchente, o que é um ótimo sinal”.

Já a comerciante Cecília Figueira é uma prova de que a Zona Noroeste cria laços eternos em seus moradores. Mesmo tendo saído da região, ela mantém seu empreendimento, a Flora Silva, na Avenida Nossa Senhora de Fátima há mais de 30 anos.

“Muita gente que fala mal da região não conhece as pessoas daqui, não sabe do potencial que existe aqui. É um lugar muito tranquilo, eu ando por todos os lugares daqui com muita tranquilidade, sem sentir medo”, comenta. Cecilia relembra que a segurança é um problema geral e não de uma região X ou Y da cidade.

“Morei mais de 30 anos no Rádio Clube e, hoje, quando vou lá pra perto de onde morava, vejo as mudanças e gosto bastante. Acho que valoriza a região e, junto dos empreendimentos imobiliários, traz mais gente pra morar aqui”, completa.

A opinião de Cecília sobre os empreendimentos imobiliários também é a de Regina Amélia Rocha Santos, professora, que mora na Zona Noroeste há mais de 40 anos. “Vi muita coisa mudar por aqui, desde o asfaltamento de ruas até a expansão do comércio, mas os conjuntos habitacionais é o que causa mais impacto”, comenta. Para Regina, houve uma nítida melhoria na infraestrutura dos bairros.

A região

Numa área de 12,3 quilômetros quadrados, composta por 16 bairros (Alemoa, Areia Branca, Bom Retiro, Caneleira, Castelo, Chico de Paula, Ilhéu Alto, Piratininga, Porto Alemoa, Porto Saboó, Rádio Clube, Saboó, Santa Maria, São Jorge, São Manoel e Vila Haddad), a Zona Noroeste comemora seu aniversário sempre no último domingo de agosto, desde 1976, após a lei 4.047 do então prefeito Antônio Manoel de Carvalho.

A ZNO tem registros das primeiras fagulhas de comércio da cidade, com a instalação do Engenho dos Erasmos, em 1534, para o comércio de açúcar. Além disso, outra importante referência na cidade foi o matadouro, localizado onde hoje é o SESI da Av. N.S. de Fátima, inaugurado oficialmente em 1916, funcionando até o final da década de 1960.

A posição geográfica da Zona Noroeste também contribuiu com o início das ocupações, por ligar Santos a São Vicente, pelo caminho onde hoje fica a Avenida Nossa Senhora de Fátima, e a construção do Polo Industrial de Cubatão, que teve a migração de muitos nordestinos.

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