O Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos, no bairro São Jorge, foi palco de uma importante formação voltada para professores de Educação Física da rede municipal de Santos, nesta terça-feira (10). A atividade foi promovida pelo Núcleo de Educação para as Relações Étnico-Raciais (Nener), da Secretaria de Educação (Seduc).

Com foco na discussão sobre racismo no esporte, a ação abordou temas como discriminação, estereótipos e preconceito racial no ambiente escolar e esportivo. Durante a formação, os educadores compartilharam práticas pedagógicas utilizadas em sala de aula, participaram de um tour pelo sítio histórico e receberam orientações sobre como adaptar esses conteúdos conforme a faixa etária dos estudantes.

O Engenho dos Erasmos, construído em 1534, foi um dos primeiros do Brasil colonial e utilizou o trabalho escravizado de africanos e indígenas. Atualmente, é reconhecido como um cemitério afro-indígena e um importante marco da memória da escravidão, sendo cenário simbólico para reflexões sobre racismo estrutural e relações étnico-raciais.

“A escolha do local foi estratégica, por seu valor histórico. Queremos que os professores compreendam profundamente os conceitos trabalhados. Temos muitos dados sobre racismo no esporte, e essa formação amplia o olhar do educador para essas questões”, explicou Lucilene Costa, chefe da Seção de Projetos Educacionais Especiais (Seproje).

O professor Aldemir de Lima, da UME Leonor Mendes de Barros, destacou a importância do encontro: “Essa formação nos ajuda a adaptar o currículo, respeitando as manifestações culturais e promovendo um ambiente mais justo e inclusivo.”

Já a professora Letícia Santos Pereira, da UME Waldery de Almeida, ressaltou o impacto da experiência: “Foi uma oportunidade de refletir sobre o papel da escola e nossa responsabilidade em enfrentar o racismo. Precisamos olhar para o cotidiano escolar e pensar em ações concretas.”

Foto: Marcelo Martins/Prefeitura de Santos