Parques de Santos celebram Dia Nacional do Pau-Brasil com atividades on-line
O Dia Nacional do Pau-Brasil, celebrado nesta terça-feira (3), será marcado por atividades on-line nas redes sociais das unidades de educação ambiental do Orquidário Municipal e do Jardim Botânico Chico Mendes, dois parques que guardam exemplares da árvore-símbolo da Nação, considerada a responsável pela primeira atividade econômica em terras brasileiras.
Um reels sobre a história do pau-brasil e suas características será postado nos perfis do Instagram e Facebook do Jardim Botânico. Já no perfil do Orquidário, as características biológicas e usos deste tipo de madeira serão abordados por meio de reels, postagem no feed e stories.
No Orquidário, há quatro exemplares de pau-brasil que ficam em diferentes pontos, como no Caminho das Árvores, atrás da fonte Ninfa de Náiade, e na coleção Plantas do Brasil, ao lado do jardim sensorial. Já no Jardim Botânico, que conta com 25 árvores da espécie, os exemplares ficam espalhados pelo parque e concentrados, principalmente, na Alameda Paulo Viriato Corrêa da Costa, ao lado do parque acessível, e na coleção Mata Atlântica, cuja trilha de acesso fica de frente aos sanitários públicos.
A maioria das árvores estão identificadas, mas não é difícil reconhecer o pau-brasil: ele possui tronco espinhoso ou liso, de coloração marrom-acinzentada, folhas verdes e flores amarelas, perfumadas, com algumas pétalas manchadas de vermelho. No passado, cada árvore podia atingir até 30 metros de altura e 1,5m de largura. Hoje, porém, a maior parte dos exemplares não passa dos 15 metros de comprimento e 70cm de diâmetro.
História do Pau Brasil
O pau-brasil, cujo nome científico é paubrasilia echinata, é uma espécie nativa das florestas tropicais da Mata Atlântica, encontrada entre os estados do Ceará e Rio de Janeiro. Sua exploração teve início no começo do século 15, quando a madeira dura e resistente brilhou aos olhos dos portugueses recém-chegados no território. Os colonizadores passaram a exportá-la para a fabricação de equipamentos navais, móveis de luxo e, principalmente, para o tingimento de tecidos.
A extração era feita por meio de mão de obra indígena, relação que se desenvolvia de forma diferente em cada estado brasileiro. Com alguns povos, o relacionamento era amigável e o trabalho era realizado em troca de objetos úteis para os nativos, como espelhos, facas e baús. Já em outros locais, as comunidades eram escravizadas e sofriam violência dos colonizadores.
O destaque do pau-brasil é uma resina avermelhada encontrada no interior da madeira, que é a responsável pelo nome dado à espécie. Segundo a história, a palavra “brasil” vem de “brasa”, ou seja, da cor vermelha. Até mesmo antes da chegada dos portugueses, a árvore já era conhecida por sua coloração incomum. Os povos indígenas a chamavam de “ibirapitanga”, termo que na linguagem tupi significa “árvore vermelha”.
O pigmento tinha grande valor para as indústrias europeias de vestuário naquela época, porque uma das poucas fontes desta coloração era proveniente de uma variante do pau-brasil encontrada apenas no continente asiático. Porém, a forte exploração do recurso, que durou até meados do século 19, quase extinguiu a espécie do Brasil. Hoje, esta ainda é considerada ameaçada e, por isso, é protegida por lei que a torna imune ao corte, sendo ilegal a exploração e a exportação da madeira.
Uma curiosidade é que pau-brasil foi a primeira “madeira de lei” do País. A denominação surgiu porque a extração deveria ser permitida pela legislação, ou seja, pela Coroa Portuguesa, que exigia o pagamento de impostos pelos exploradores. Com a dissolução do poder lusitano em terras brasileiras, o decreto também desapareceu, porém, a expressão é utilizada até hoje para denominar madeiras fortes e resistentes, também chamadas de “madeiras nobres”.
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Foto: Carlos Nogueira