Moradores da Zona Noroeste vão receber bolsa para participar de projeto ambiental
Moradores do Dique da Vila Gilda, São Manoel e Vila dos Criadores vão ajudar na redução de resíduos que hoje chegam ao canal do estuário, participando do programa Agentes Comunitários de Resíduos – Beco Limpo.
O projeto oferece 600 bolsas-auxílio, auxílio para educação ambiental, autogestão de resíduos sólidos, engajamento social e geração de renda. Os agentes comunitários vão difundir o conhecimento obtido para o descarte correto de resíduos, conscientizar moradores e monitorar os equipamentos para descarte, retroalimentando todo o processo.
As contratações começarão em março, com inscrições e valores das bolsas a serem divulgados.
O trabalho será desenvolvido pelo Instituto Arte no Dique, em conjunto com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a Agência Ambiental da Suécia e a International Solid Waste Association (ISWA), associação internacional, não governamental e sem fins lucrativos, que atua pelo interesse público de promover e desenvolver o setor de resíduos sólidos ao redor do mundo, da qual a Abrelpe é representante no Brasil.
O projeto-piloto do Programa Beco Limpo, desenvolvido entre setembro e dezembro de 2020, foi apresentado ao Ministério Público Federal (MPF) que, em janeiro de 2021, confirmou a destinação de R$ 1,8 milhão para ampliação das ações. Uma das metas é a redução de resíduos que hoje chegam ao canal do estuário, canais de drenagem e à faixa de areia das praias.
O programa vai implantar na sede do Instituto Arte no Dique (Rádio Clube), uma oficina de marcenaria para reaproveitamento de madeira dispensada e hortas urbanas para a compostagem de resíduos orgânicos. As hortas serão construídas em caixas de madeira pela própria oficina de marcenaria, podendo ser ampliadas e remanejadas de forma fácil e rápida para outras áreas. “Vai gerar muitas possibilidades e muitos jovens vão ser capacitados para o mercado de trabalho. Vão fazer móveis artísticos em parceria com a Ecofábrica”, afirma o presidente do Instituto Arte no Dique, José Virgílio.
“O programa tem a destinação social de colocar os jovens no mercado de trabalho, introduzi-los de maneira gratificada, para que eles também sigam esse caminho do monitoramento ambiental, do conhecimento”, destaca o prefeito Rogério Santos.
A coordenadora técnica da Abrelpe, Gabriela Otero, explica que o projeto-piloto inspirou ações na Costa Rica, que também tem comunidades de palafitas com grande contaminação. “O videocase, junto com as explicações e a capacitação, serviu de inspiração para que eles também pensem processos, que não vão ser exatamente iguais, mas que vão também seguir esse modelo de entrar na comunidade, capacitar e trazer uma solução coletiva”.