Anemia falciforme: Santos terá ações de conscientização sobre a doença
Atingindo cerca de 80 mil brasileiros, a anemia falciforme tem como suas principais características dores articulares, fadiga intensa, pele e olhos pálidos. Uma das doenças genéticas com maior incidência no mundo, o debate em torno dela é feito anualmente. Em Santos, nos próximos dias 30 de junho, na Praça Mauá, e 17 de agosto, na Associação Comercial, dois eventos irão conscientizar a população sobre o assunto.
Uma tenda instalada na Praça Mauá (Centro), das 10h às 14h, promoverá panfletagem e esclarecimentos sobre a anemia falciforme. Além disso, profissionais da Escola de Enfermagem El Shaday irão aferir a pressão arterial do público e realizar testes de glicemia. Já em agosto, a doutora Berenice Kikuchi, uma das maiores especialistas sobre a doença do Brasil, ministrará uma palestra das 9h às 12h, na Associação Comercial de Santos (Rua Quinze de Novembro, 137, Centro).
Ambas as atividades são gratuitas e fazem parte da programação alusiva ao Dia Mundial da Conscientização sobre a Doença Falciforme, celebrado em 19 de junho. A data foi instituída em 2008 pela Organização das Nações Unidas (ONU). O evento em Santos é realizado pela Coordenadoria de Promoção de Igualdade Racial e Étnica (Copire), vinculado à Secretaria de Governo (Segov).
O coordenador da Copire, Ivo Miguel Evangelista, explicou que a anemia falciforme, embora mais comum na população afrodescendente, também passou a ser diagnosticada em outros grupos étnicos, graças à miscigenação. Para ele, jogar luz sobre o tema ainda é necessário.
“Precisamos manter campanhas constantes, inclusive em outras épocas do ano, até por boa parte da população ainda desconhecer os sintomas dessa doença”, alertou Evangelista.
Anemia Falciforme
A anemia falciforme é causada por mutação genética, responsável pela deformidade dos glóbulos vermelhos. Para ser portador da doença, é preciso que o gene alterado seja transmitido pelo pai e pela mãe. Se for transmitido apenas por um dos pais, o filho terá o traço falciforme, que poderá passar para seus descendentes, mas a doença não se manifesta.
Dentre os principais sintomas estão dor forte provocada pelo bloqueio do fluxo sanguíneo e pela falta de oxigenação nos tecidos; dores articulares; fadiga intensa; palidez e icterícia (coloração amarelada da pele e do ‘branco dos olhos’); atraso no crescimento; feridas nas pernas; tendência a infecções; cálculos biliares; problemas neurológicos, cardiovasculares, pulmonares e renais; priapismo (ereção involuntária e persistente).
O tratamento para anemia falciforme é feito com o uso de medicamentos e, em alguns casos, pode ser necessária a transfusão sanguínea. A doença pode ter cura por meio do transplante alogênico de medula óssea.
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Foto: Nathalia Filipe