Parque Palafitas avança na construção de moradias sustentáveis em Santos

A revitalização da maior favela sobre palafitas do Brasil avança com a concretagem da primeira das sete lajes de apoio do Parque Palafitas, projeto habitacional inovador da Prefeitura de Santos. A iniciativa ocupa uma área de 4 mil metros quadrados no bairro Bom Retiro e prevê a construção de 60 unidades habitacionais, distribuídas em seis conjuntos residenciais: quatro prédios de apartamentos e dois de casas térreas.

A primeira laje, com 674m², será concretada nesta semana. Suspensa sobre a maré e sustentada por 49 estacas e blocos, ela dará suporte à futura sede da associação de moradores e a um edifício com dois andares, que contará com oito apartamentos. Para essa etapa, estão sendo usados 90m³ de concreto, o equivalente a 15 betoneiras, com previsão de conclusão em 24 horas.

No total, as sete lajes de apoio — algumas suspensas e outras apoiadas no solo — serão construídas sobre 212 estacas fincadas a até 35 metros de profundidade. As estruturas abrigarão prédios de até quatro andares, casas térreas, e áreas comerciais e institucionais. O entorno receberá guarda-corpo com 205 metros de extensão para segurança dos moradores.

Projeto habitacional com foco em sustentabilidade e dignidade

O Parque Palafitas adota uma abordagem sustentável e social inédita, inspirada em métodos construtivos de terminais portuários. A técnica de estaqueamento com lajes suspensas permite reocupar de forma planejada áreas de mangue antes ocupadas de maneira irregular. As casas pré-fabricadas trarão agilidade à obra e menor impacto ambiental.

As moradias serão integradas a uma infraestrutura completa: iluminação pública, água encanada, esgoto, telecomunicações, combate a incêndio, áreas de lazer, equipamentos públicos e comércio local. Um píer flutuante será instalado, inspirado na Ponte Edgard Perdigão, para facilitar o transporte hidroviário.

Habitações planejadas para a realidade da comunidade

Cada apartamento terá 41,69m², com dois quartos, sala, cozinha com lavanderia conjugada, banheiro e área de circulação. As casas térreas terão 48,06m², com sala integrada à cozinha, dois quartos, varanda nos fundos e painéis de madeira laminada, respeitando o ambiente e a identidade cultural local.

Também estão previstas duas edificações comerciais, com sete salas no total, e uma sede para a associação de moradores. As edificações institucionais e de apoio ocuparão 309m². As intervenções priorizam a preservação ambiental, com a retirada apenas das casas mais vulneráveis próximas à água e a criação de áreas verdes chamadas de “respiros”, para regeneração do mangue.

Foto: Prefeitura de Santos

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