Sistema contra enchentes na Zona Noroeste entra na última etapa de fundação 

Os serviços para implantação de uma estação elevatória, um canal e comportas no final da Avenida Haroldo de Camargo, na divisa com São Vicente, entraram na terceira e última fase de fundação esta semana. O sistema vai solucionar o problema de alagamentos na Zona Noroeste de Santos. 

A obra em execução sobre o trecho já aterrado do mangue da Vila Gilda faz parte de um conjunto de 14 sistemas de comportas e 13 estações elevatórias previsto para entrar em funcionamento até 2028, dentro do programa de macrodrenagem Santos Novos Tempos. 

Os dispositivos servirão para conter alagamentos com chuva forte ou fraca, associada a maré alta ou baixa, beneficiando principalmente os bairros Castelo e Areia Branca, além de parte do Jardim Guassu, em São Vicente. 

O mecanismo foi projetado para trabalhar com armazenamento das águas pluviais em reservatório correspondente a três piscinas olímpicas. A retirada das águas retidas no reservatório será feita por meio de três bombas com capacidade para sugar o correspondente a até seis caixas d’água de mil litros por segundo. Com mecanismo associado ao uso de comporta, todo esse volume de água será lançado de forma gradual no Rio dos Bugres para desaguar no canal do Estuário. 

Visando garantir que o sistema funcione mesmo durante as tempestades, as bombas de sucção trabalharão com diesel e contarão com cestos e grades de aço inox para reter todo o lixo levado pela chuva nos dois lados das comportas. 

Recursos

Para implantar o sistema, denominado EEC7, são investidos R$ 37,5 milhões, sendo R$ 22 milhões vindos de verba de empréstimo do FGTS (Programa Avançar Cidades), supervisionado pela Caixa Federal, e o restante é contrapartida do orçamento municipal. A obra começou em agosto do ano passado com prazo de 24 meses para entrar em funcionamento. É gerenciada pela Secretaria de Infraestrutura e Edificações (Siedi) e executada pela Terracom. 

Obra Complexa

A fundação para implantar o sistema contra alagamentos se transforma em um quebra-cabeças de engenharia para solos moles, onde uma técnica complementa a outra. Na área do grande reservatório destinado a captar as águas das chuvas, está sendo criada uma camada de proteção com espessura variando de 4 a 5 metros. Isso vai isolar o fundo do reservatório do solo argiloso. 

Primeiro foram construídas paredes de concreto pré-moldado, com o objetivo de conter e estabilizar a cavidade de fundação da obra, e equilibrar a pressão causada pelas águas subterrâneas. Ao mesmo tempo, foi utilizado um sistema para drenar a água do subsolo. “Na parte superior da cavidade da fundação, essas paredes foram amarradas com uma viga de coroamento, para distribuir uniformemente o peso”, explica o engenheiro Carlos Barros, da Siedi. “A segunda fase da fundação incluiu ainda 1.104 perfurações com injeção de cimento no solo, uma técnica moderna para melhorar a estabilidade de solos moles”. 

Nesta terceira e última etapa da fundação serão executadas as estacas-raiz, com perfuração do solo com um tubo (armação de ferro) que recebe cimento e areia. Quando esse material seca, o tubo é retirado.

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Foto: Divulgação

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