Em entrevista exclusiva ao Jornal Local, o prefeito de Santos, Rogério Santos (PSDB) avalia que, apesar das dificuldades enfrentadas durante a pandemia, o desempenho de sua gestão no ano passado foi positivo. Entre as realizações, ele destaca diversas obras de infraestrutura e habitação na Zona Noroeste, obras de contenção nos morros e de revitalização na área central da cidade. “Meu compromisso é administrar com seriedade, transparência
e com muito trabalho”, afirma.

O prefeito de Santos, Rogério Santos (PSDB) avalia que o grande desafio em seu primeiro ano de seu mandato foi administrar o inesperado, inclusive as críticas de parte da população em relação às restrições necessárias para evitar a disseminação da Covid-19. Em entrevista ao Jornal Local, Rogério Santos destaca os investimentos realizados em 2021 e revela os planos para a Zona Noroeste, Morros e Centro em 2022.

Qual foi a maior dificuldade que o senhor enfrentou no enfrentamento da pandemia no ano passado?

Rogério Santos– Foi o inesperado. Uma doença nova, o mundo não estava preparado pra essa pandemia. E o maior desespero, sem dúvida, foi quando começou a faltar oxigênio, medicamentos e equipes por todo o brasil. Mas graças a Deus, aqui em Santos ninguém morreu por falta de atendimento. Ampliamos as UTIs, ampliamos o atendimento laboratorial, inovamos em várias ações e foi o momento que tivemos que fazer o lockdown.

Foi uma decisão extremamente dolorosa, porque você tem que optar entre salvar vidas ou salvar empregos e nós sabíamos que, fazendo o lockdown, nós iriamos prejudicar o comércio, as atividades econômicas, o emprego… Mas era algo necessário! Eu sempre falei que se encontrar na rua uma pessoa morrendo por falta de ar e uma pessoa triste
porque perdeu o emprego, eu vou socorrer primeiro aquele que está morrendo por falta de ar, mas não deixaria de dar atenção àquela pessoa que estava sofrendo com a perda do dinheiro. Foi uma decisão difícil, mas hoje se mostra uma decisão extremamente acertada.

Que investimentos podem ser viabilizados em 2022 por intermédio dos Trimmcs, este dispositivo legal que exige das empresas compensações à cidade por projetos que vão geram impacto?

Rogério Santos- É uma ferramenta importante. As receitas do município, dos governos federal e estadual são insuficientes, então temos que inovar na administração pública e buscar parcerias. É o que estamos fazendo agora,
por exemplo, com o governo federal, que fala da publicização do porto nesses grandes leilões, e nós, cidade de Santos, estamos exigindo contrapartida.

Um grande exemplo desse pedido de contrapartida é ter um túnel ligando à Zona Noroeste. Uma ligação importantíssima na logística da cidade. Investir em obras de infraestrutura é fundamental, porque além de aumentar a qualidade de vida, gera muitos empregos. Essas obras, por exemplo a da entrada da cidade, gerou mais de 2 mil empregos.

Quais os planos para a Zona Noroeste em 2022?

Rogério Santos- em 2021, nós continuamos o trabalho do prefeito Paulo Alexandre Barbosa, com toda aquela remodelação da drenagem e iniciamos as obras da primeira estação elevatória da Zona Noroeste. Já temos mais duas estações em curso, para serem licitadas, inicio de obras das comportas… Também fizemos pavimentação, novas unidades habitacionais, A gente tem trabalhado intensamente na Zona Noroeste, que é uma das regiões de Santos que mais cresce, que tem chamado muita atenção, principalmente do setor imobiliário, é uma região onde você coloca o imóvel à venda e ele é vendido ou alugado… Em 2022, moradores da Zona Noroeste podem esperar da prefeitura muito trabalho na questão da drenagem e zeladoria da cidade.

E os morros?

Rogério Santos- Hoje, a pauta no mundo todo são as mudanças climáticas. Quando falamos de pandemia, com certeza esse surgimento de vírus e variantes são ligadas às condições climáticas. E os morros são as áreas mais sensíveis a essas mudanças climáticas. A prefeitura tem investido. No fim do ano passado, no dia 30 de dezembro, eu assinei um contrato com a Caixa Econômica Federal de empréstimo de R$ 73 milhões para obras, basicamente obras de drenagem na Zona Noroeste e obras de contenção e regularização das áreas dos morros.

Em que estágio está o processo de revitalização do Centro?

Rogério Santos- Estamos acreditando nos projetos de retrofits, que é a transformação de prédios construídos para serem comerciais em edifícios residenciais. O poder público espera que os empreendedores invistam no Centro. Várias leis de incentivo foram colocadas, tornando o centro atrativo para a construção. Mas enquanto isso não acontece, o poder público vem dando vários exemplos.

Assinamos, em conjunto com o governo federal e estadual, projetos habitacionais para a região central e isso, com certeza, vai motivar a vinda e o investimento da iniciativa privada. Ao mesmo tempo, várias ações têm sido feitas, praticamente todos os eventos em Santos têm sido na região central. Destaco a Primavera Criativa, e o Natal Criativo, Agora no dia 26, no aniversário da cidade, teremos a aula inaugural da Unifesp, que, em parceria com a prefeitura, trouxe campus para a região central.

Para ter uma ideia, serão mais de 1000 alunos estudando, diariamente, no centro de Santos. De manhã, à tarde e, principalmente, de noite.

Em parceria com o Governo do Estado, a possibilidade de a Diretoria de Ensino vir para a região central, já temos o imóvel, que irá abrigar 300 funcionários da diretoria de ensino. Enfim, estamos movimentando a região central, criando novas vocações de comércio e também atraindo pessoas pro centro de Santos, resgatando essa memória afetiva que os habitantes têm.

Que presente o senhor gostaria de dar a cada morador neste aniversário da cidade?

Rogério Santos- A manutenção da qualidade de vida, que é o maior patrimônio da cidade. Santos tem suas belezas, sua cultura, seus indicadores positivos (que foram construídos ao longo desses anos) e é graças a essa população. Para isso precisamos trabalhar muito – e juntos – para que esses aspectos atinjam todos os santistas.

Então o que eu gostaria é que nós, todos juntos, cada um fazendo sua parte, conquistássemos a tão sonhada igualdade social. Que não tivéssemos mais palafitas, nem cortiços, que tivéssemos mais condição de moradias nas áreas de invasão dos morros… Para mim, é uma grande felicidade trabalhar pela cidade.

O prefeito nada mais é que uma pessoa contratada pela população para administrar a cidade e meu compromisso é administrar com seriedade, transparência e com muito trabalho. Mas eu preciso da colaboração de todos, o sentimento de cidadania e orgulho que temos com nossa cidade.

.

.

Foto: Leandro Amaral