Trabalho suado, latas de tinta e muita força de vontade transformaram o antigo depósito de entulhos da Prefeitura de Santos, na Zona Noroeste, numa Ecofábrica nova em folha em apenas 45 dias. A primeira etapa da obra foi entregue nesta manhã desta terça-feira (30), em um evento com apresentações culturais e visita ao espaço, integrando as comemorações pelos 46 anos da região.
Com área de quatro mil metros quadrados, essa será a maior Ecofábrica da Cidade. Ela fica situada ao lado da Subprefeitura Regional da Zona Noroeste, no número 456 da Avenida Nossa Senhora de Fátima, e o trabalho de preparação do espaço exemplifica bem o que será realizado na unidade, como ressaltou o prefeito Rogério Santos na solenidade.
“A Ecofábrica é sinônimo de recuperação ambiental, sustentabilidade, desenvolvimento social e geração de renda. É um projeto que demonstra a união de esforços, priorizando a vida e acreditando nas pessoas. Um local para fabricar sonhos, recuperar a natureza e transformar vidas”.
Coordenador da Ecofábrica, Anderson Camargo reforça o espírito da proposta de trabalho. “O local foi totalmente recuperado, o que mostra que é possível fazer muito com pouco, que é exatamente o que vamos ensinar aqui: pegar materiais que foram descartados e transformar em peças totalmente novas”.
Nesta primeira etapa foram entregues três galpões, refeitório, dois banheiros masculinos e femininos, sanitário acessível, três salas de aula, sala multiúso e um espaço para eventos como shows e exposições. A estrutura passou por limpeza e revitalização completa, incluindo pintura, recuperação dos telhados, revitalização das partes elétrica e hidráulica, além de ter ganhado um deck de acessibilidade em madeira, instalado na parte de trás dos galpões, e uma área verde de mil m², com plantas, gramado e um pergolado.
Do colorido da fachada ao interior do prédio a arte se faz presente. O muro do equipamento, de 180m², ganhou grafite do artista Carlos Silva (Catts), do projeto Arte na Rua, que pintou elementos da fauna e da flora; as janelas foram enfeitadas pelo crochê da artista Dani Serpa; o interior do espaço conta com peças criadas pelo próprio coordenador da unidade, que também é artista plástico. Cerca de 90% do mobiliário é formado por móveis descartados que foram revitalizados. “Nosso foco é a sustentabilidade”, completou Camargo.
CURSOS
Na primeira fase da Ecofábrica, o local promoverá cursos de carpintaria, marcenaria, arte e construção civil. As inscrições estarão abertas a partir de 12 de setembro. Serão 40 vagas ao todo, 10 para cada modalidade. Para participar, basta ter mais de 15 anos de idade e morar em Santos. A inscrição será feita na sede da Ecofábrica e os interessados devem levar documento com foto e comprovante de residência.
“A intenção é que sejam dez alunos por turma, porque como é um curso muito completo, em que vão aprender o serviço desde os mínimos detalhes, é preciso estar junto, dando essa atenção individual a cada um”, explicou Camargo.
ECONOMIA CIRCULAR
A ideia da Ecofábrica é reaproveitar materiais, reduzir o desperdício e capacitar servidores e munícipes, dentro da Economia Circular e Criativa. Trata-se de um conceito que visa, entre outros aspectos, aprofundar ações voltadas ao reaproveitamento de matérias-primas, reduzindo o desperdício por meio da educação ambiental.
“Focaremos no desenvolvimento sustentável, pegando os materiais trazidos pelo Cata Treco e ensinando a repaginar, cortar, calcular e readaptar de acordo com a imaginação dos alunos”, afirmou o coordenador do órgão. As peças produzidas na unidade serão comercializadas numa feira realizada no espaço de eventos da Ecofábrica, aos finais de semana, e a renda será revertida aos próprios alunos.