Um dos doze bairros da Zona Noroeste, o Jardim Rádio Clube, começou a ser ocupado pelo começo da década de 1950, sendo procurado majoritariamente por uma grande população nordestina que vinha para a Baixada Santista tentar a vida no polo industrial de Cubatão. Com zero infraestrutura, os moradores sofriam. O bairro era um breu, pois não havia luz elétrica; para buscar água era necessário caminhar cerca de um quilômetro até a bica no sopé do Morro do Ilhéu com baldes ou rolando latão. O transporte coletivo não passava por lá e quem descia na Avenida Nossa Senhora de Fátima tinha que andar cerca de três quilômetros até o local onde hoje está a Praça Jerônimo La Terza.
O nome Rádio Clube se deve ao fato de ser a área onde foi instalada a antena de transmissão da Rádio Clube de Santos, em 1926. A emissora foi fundada dia 26 de dezembro de 1924 e contou como um de seus fundadores com o radialista e técnico de estação radiotransmissora, Jovino de Mello — que hoje dá nome a uma das principais avenidas da Zona Noroeste.
A primeira emissora santista de rádio foi também uma das primeiras do Brasil. Surgiu em forma de clube, com o objetivo de recrear seus ouvintes e associados e funcionava, com muita dificuldade, apenas das 20 às 22h dentro do Cassino Miramar, na avenida Conselheiro Nébias, no Boqueirão.
Hoje, o bairro tem uma realidade um tanto diferente do começo. Apesar de ainda preservar um clima “interiorano”, com crianças brincando pelas ruas, cadeiras na frente das casas e a prosa entre os moradores, o bairro já conta com transporte público, e aos montes, pois na praça Jerônimo La Terza é o ponto final de pelo menos sete linhas dos ônibus municipais.
Além disso, a Avenida Vereador Álvaro Guimarães é um grande polo comercial, que pode ser comparado até mesmo com o bairro do Gonzaga, pois é possível encontrar de tudo pela extensão de aproximadamente 1km da avenida. Alguns problemas, como as enchentes, ainda perturbam os moradores, mas não se pode negar que a vida é bem melhor hoje.
Também está situado no bairro a maior favela sobre palafitas do Brasil, o Dique da Vila Gilda. Estima-se que, atualmente, vivam cerca de 26 mil pessoas em condições inadequadas.