As obras de macrodrenagem no aterramento do mangue na Avenida Haroldo de Camargo continuam. São uma estação elevatória, um canal e uma comporta que estão projetados para complementar as intervenções. O sistema, chamado de EEC7, está sendo implantado na Zona Noroeste para evitar os alagamentos.
Os serviços estão na fase da fundação, a etapa mais complexa da obra, que conta com intervenções específicas para solos moles. Atualmente estão sendo executadas injeções de calda de cimento no solo por meio de jatos, horizontais ou verticais, de alta pressão e velocidade.
A moderna técnica, chamada Jet Grouting, permite a melhoria do solo sem escavação prévia. Segundo informação do engenheiro Carlos Barros, da Secretaria de Infraestrutura e Edificações (Siedi), estão previstas 1.104 injeções da técnica. Até agora 173 já foram executadas.
As obras, que foram iniciadas em agosto do ano passado, tem o prazo de 24 meses para estar em funcionamento. Já estão prontas as paredes de diafragma, dispositivos que servem para estabilizar a cavidade de fundação da obra e equilibrar a pressão causada pelas águas subterrâneas, o lençol freático.
A etapa de fundação inclui ainda implantação de ponteiras filtrantes que têm a função de drenar a água do subsolo; cravação de estacas metálicas, indicadas para solos moles, a uma profundidade de 50 metros. A obra integra o Programa Santos Novos Tempos (SNT) e tem os serviços executados pela Terracom.
Novas técnicas trazem segurança, qualidade e menor custo
A atualização dos projetos da estação elevatória, canal e comportas da Haroldo de Camargo permitiu o aperfeiçoamento das tecnologias adotadas no projeto, com redução das técnicas construtivas e diminuição do tempo de obra. Isso resultou em uma obra com o custo mais baixo, com maior segurança técnica e durabilidade igual ou superior, segundo informações do engenheiro Márcio Lara, gerente do programa Santos Novos Tempos.
Para execução dos serviços são empregados R$ 37,5 milhões, sendo R$ 22 milhões verba de empréstimo do FGTS (Programa Avançar Cidades), supervisionado pela Caixa Econômica Federal, e o restante, contrapartida do orçamento municipal.
Garantia de escoamento de água de chuvas fortes e maré alta
O sistema vai trabalhar basicamente com soluções para três circunstâncias. Em caso de chuva fraca com maré baixa, as comportas permanecerão abertas e a água fluirá, por gravidade, para o Rio dos Bugres. Se chover fraco e a maré estiver alta, as comportas serão fechadas e a água ficará armazenada no reservatório de acumulação (correspondente a três piscinas olímpicas). Gradativamente, três bombas de sucção retirarão a água retida e lançarão no Rio dos Bugres.
Com chuva forte e maré baixa, parte da água poderá ser retida pelas comportas. Já quando chover forte e a maré estiver alta, as comportas permanecerão fechadas, com todas as bombas funcionando para lançar o volume de água represada no Rio.
Juntas, as três bombas terão capacidade de sugar 6m³ de água por segundo. Com o volume de água sugado por segundo é possível encher uma piscina olímpica em apenas cinco minutos. As bombas serão a diesel, para funcionar mesmo durante as tempestades, e contarão com cestos e grades de aço inox para reter o lixo levado pela chuva, em ambos os lados das comportas.
Programa projeta instalação de 14 comportas e 13 estações elevatórias
O programa Santos Novos Tempos prevê a instalação de um total de 14 sistemas de comportas e 13 estações elevatórias até 2028. Os dispositivos tem o objetivo de evitar alagamentos por marés altas e chuvas intensas. O Santos Novos Tempos também inclui iniciativas nas áreas habitacional, viária e social, para beneficiar, diretamente, cerca de 120 mil moradores de 12 bairros da Zona Noroeste e entorno.
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Fotos: Divulgação/PMS