É na estação mais quente do ano que aumentam as preocupações com a saúde da pele, o maior órgão do corpo humano. A dermatologista Valéria Fusaro alerta para o aparecimento de doenças durante o verão e como identificar o câncer de pele.

Número de banhos e uso de sabonete
Com temperaturas mais altas, aumenta também o número de banhos, o que faz reduzir a oleosidade natural da pele —um mecanismo pessoal de proteção do organismo, contra fungos e bactérias. Pode tomar quantos banhos quiser, mas evite usar sabonete em todos os banhos, restrinja o uso àquelas áreas com mais odor, como as axilas e região genital”,

Crianças e idosos são mais vulneráveis
Crianças tem mais calor que a mãe, excesso de transpiração pode provocar miliária (brotoeja), que provoca coceira. Cuidado com excesso de roupas. Nos idosos, atenção especial às áreas com dobras, como virilha e região inframamária nas mulheres. São áreas que transpiram mais e podem facilitar o aparecimento de fungos, como a candidíase cutânea (aspecto de pele assada ou fissuras. Use talco e pasta dágua, que vão ajudar a reabsorver o excesso de transpiração.

Atenção aos sinais de câncer de pele
Segundo Valéria Fusari, é muito comum as pessoas prestarem atenção apenas ao surgimento de pintas escuras, mas é preciso alertar para pequenos nódulos, que parecem cicatrizes e que podem ser claras. “Importante que qualquer “novidade” na pele seja avaliada por um dermatologista. Atenção a lesões pigmentadas que crescem e não são simétricas. Sempre observe se ocorre úlceras, feridas que não cicatrizam há mais de um mês. Pode ser um tumor”, alerta.
A dermatologista demonstra preocupação com produtos vendidos em farmácias que “queimam verrugas”. “Não remova, não queime verrugas novas que aparecem. Há nas farmácias sprays que cauterizam, destroem verrugas, mas estes produtos prejudicam o diagnóstico e a remoção correta e segura do tumor”, explica.

Outras doenças
A especialista destaca doenças comuns no verão, como melasma e malanose, que são manchas na pele “A melanose vai ficar mais escura no verão e, com a pele bronzeada, fica mais imperceptível. Já o melasma, com qualquer raio de sol ele se destaca. No verão tem que tomar muito mais cuidado, pois traz um prejuízo estético muito grande”.
Fusari recomenda usar protetor solar, chapéu, roupas de manga comprida e evitar sair no sol nos horários mais quentes. “Protetor solar não deve ser usado apenas no rosto mas também naquelas regiões que acabam esquecidas, como nas orelhas, pescoço e colo, que é uma região mais sensível que o rosto, e tem menos glândulas sebáceas”, completa.

Micoses
Infecções provocadas por fungos e bactérias, principalmente entre os pés (frieiras) ficam mais comuns no verão. “O fungo pitiriase versicolor vive naturalmente na pele mas quando a pessoa pega sol ele fica mais visível. Não é o verão que traz a doenças, apenas mostra que o fungo está ali e também se potencializa por causa do aumento de oleosidade da pele, que vai alimentar o fungo, devido ao calor”, explica. Ela recomenda o uso de antifúngicos preventivos.